Hoje vamos falar de algo mais descontraído, vamos refletir um pouco sobre os
novos rumos da linguagem Java sem pretensão de ser dono da razão ou de ser imparcial,
mas expor honestamente a percepção das ocorrências mais concretas definidoras
dos rumos atuais desta linguagem "amada demais" e
"cornetada" pelos efeitos colaterais de sua grandiosidade.
A finalidade é perceber o cenário atual, acertos, erros e colaborações
necessárias para a continuidade desta história.
Vamos nessa.
Como a maioria dos programadores da linguagem Java já sabe, ela foi feita
para atender a máxima "faça uma vez, execute em qualquer lugar".
Desde sua concepção, implantação, popularização e amadurecimento, o Java fez
jus a sua máxima no que diz respeito a servidores, estações de trabalhos e
computadores aplicados dotados de Linux. O Java se desenvolveu nos campos do
JSE (Java Standard Edition) e JEE (Java Enterprise Edition).
Também deixou muito a desejar na sua proposta JME (Java Micro Edition)
segregada conforme as limitações do hardware em CLDC e MIDP/CDC, o que
exigia técnicas e precauções diferentes para complicar ainda mais o trabalho
com JME até sua segunda versão. Hoje, o JME propõe maior integração e
simplificação em sua terceira geração, mas convenhamos, o Android já chegou e
será preciso um esforço extra para o JME 3.0 emplacar.
Prefiro focar no quadro geral e afirmar: apesar da Sun não ter tido sucesso
em simplificar o JME e até mesmo não ter perfil para tê-lo difundido nos atuais
smartphones, precisamos reconhecer o grande sucesso do Java nas
plataformas empresariais o que não é pouco. Muitos criticam por achar que
plataforma empresarial se limita a empresas, mas sem a "ortodoxia",
plataforma empresarial é basicamente a ciência tecnológica a serviço das
demandas de uma sociedade econômica de extrema exigência. Significa que o Java
esteve até agora presente em muitos ciclos econômicos auxiliando uma Era da
Informação por sua capacidade de integração transparente sobre modernos
sistemas distribuídos.
O Java se consolidou e talvez parte de seus defensores e militantes estejam
pensando no fim de um episódio de mais uma linguagem de programação. Todavia, o
Java da Sun Microsystems não será mais o mesmo desde ter ficado órfão depois da
saída de seu pai, James Gosling, da Sun. Isso está longe de ser uma intenção de
provocar nostalgia nos defensores do Java, porque o Java se expandiu para uma
JVM múlti linguagem em sua versão 7 e ainda expandiu para o Android quando a
Google se inclinou a sua praticidade. Agora o Java não é mais encabrestado pela
Sun e uma concorrência saudável já foi iniciada.
Esta alteração nas fronteiras Java não é obra do acaso, talvez seja obra de
competição entre empresas, mas está marcada por um novo estágio da Era da Informação
compreendido pelo domínio público do conhecimento promovido pelas redes sociais
digitais e ainda pelo paradigma da Computação nas Nuvens.
As empresas Google e Oracle deixam seus interesses e posições bastante claros
neste novo cenário e vão produzir um Java cada vez melhor.
Fontes:
http://www.infoq.com/br/articles/invokedynamic
https://blogs.oracle.com/jrose/resource/pres/201107-JDK7.pdf
http://www.slideshare.net/amsterdatech/linguagens-dinamicas-na-jvm
http://www.amsterdaintelligence.blogspot.com.br/2010/03/mundo-das-linguagens-o-futuro-da.html
http://docs.oracle.com/javase/7/docs/technotes/guides/vm/multiple-language-support.html
http://www.tiobe.com/index.php/content/paperinfo/tpci/index.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário